lunes, 24 de octubre de 2011

Pour une lecture de Occupy Wall Street du point de vue de l'histoire sociale.



Pour une lecture de Occupy Wall Street du point de vue de l'histoire sociale. Points saillants de l'article de Norman Birnbaum "“¿Una revuelta o un movimiento social? publicado em El Pais- (16/10/2011-ELPAIS.com>Edición impresa>Opinión ).

***

...La Edad Media europea estuvo llena de revueltas campesinas y disturbios urbanos. Los franceses llamaban a la agitación en el campo jacqueries, por su protagonista simbólico, el imperturbable campesino Jacques, que se veía abocado a la violencia por las exacciones de la nobleza.

...A primera vista, pareció que todos estos movimientos habían fracasado. Para que hubiera representación política y un mínimo de justicia distributiva hubo que esperar a la aparición del concepto de ciudadanía.

...A su vez, las nuevas capas sociales (pequeños agricultores independientes, prósperos comerciantes urbanos y fabricantes) utilizaron los Parlamentos para controlar la arrogancia real. Las jacqueries se convirtieron en un recuerdo del pasado en manos de los historiadores. La industrialización acabó engendrando un proletariado mucho más amplio y con posibilidades de ser más peligroso incluso que los más desesperados de los pobres en las ciudades medievales.

...Tal vez los que ocupan una mínima parte de Wall Street (y sus colegas de otras ciudades de Estados Unidos) han tocado fibras sensibles de la memoria ... Desde luego, han abierto una brecha en las teorías irrefutables de que en Estados Unidos existe un consenso fundamental sobre que el capitalismo es la única vía al paraíso.

... ¿Qué capacidad de influir a largo plazo tiene el grupo amorfo que ocupa en estos momentos un pequeño rincón del distrito financiero de Nueva York, con el riesgo constante de sufrir la agresión de una policía brutalizada? El grupo que inició la ocupación está formado por personas que trabajan en el sector de las artes y la cultura. Se formó, en un principio, para crear y defender los derechos de los artistas en materia de contratos, empleo, seguros médicos y vivienda. Lo que les empujó a una acción colectiva fue la búsqueda de la seguridad individual. Utilizo el término "artista" pero, en realidad, el grupo incluye también a personas que trabajan en las nuevas tecnologías. Si la afinidad entre creatividad artística y protesta social, que comenzó hace dos siglos, se extiende ahora a los innovadores en las comunicaciones electrónicas, eso debe hacernos reflexionar. Al grupo se unieron enseguida estudiantes, desempleados de todas clases, miembros de sindicatos (que aún tienen una gran presencia en Nueva York) y personas llegadas desde el interior.

...Uno de los recursos más valiosos de los movimientos sociales es la memoria. La memoria social no es una investigación histórica minuciosa. Es una destilación moral del pasado. Muchos de los comentarios entusiastas sobre las manifestaciones hacen referencias a Estados Unidos durante el New Deal y las décadas posteriores, cuando la economía estaba regulada, la

tercera parte de la fuerza laboral pertenecía a sindicatos y las expectativas, tanto individuales como colectivas, no dejaban de crecer.

...De lo intensos que sean esos recuerdos puede depender la suerte de las protestas. Pueden convertirse en una jacquerie moderna. O, tal vez, puedan renovar la persistente y profunda tradición de protesta en Estados Unidos y marcar el inicio de una nueva etapa en la política.

…Como es natural, los medios de comunicación, como por instinto, han dicho que los manifestantes son desechos sociales o jóvenes sin educar. Su desprecio recuerda a la reacción de las clases dirigentes ante las primeras protestas contra la guerra de Vietnam. Si no lo hubieran mostrado, habría sido prueba de que Estados Unidos está de verdad en el umbral de una revolución.

No es así, ni mucho menos. Es más, pese a su tendencia a actuar como si fuera el presentador de un programa de variedades, el presidente puede atribuirse en parte el mérito de la protesta. Al alterar por completo su retórica en las últimas semanas, al empezar a reconocer la división de clases, ha empujado a quienes criticaban su frustrada reconciliación con los republicanos a emprender sus propias iniciativas. Ahora tendrá que aceptar que insistan en que siga él también la lógica de ese nuevo rumbo.

http://www.elpais.com/articulo/opinion/revuelta/movimiento/social/elpepiopi/20111016elpepiopi_4/Tes

--

Jacob (J.) Lumier

Autor de Ensaios Sociológicos

http://www.google.com/profiles/j.lumier.

miércoles, 20 de abril de 2011

A Ideologia e o Coeficiente humano e social do conhecimento

A Ideologia e o Coeficiente humano e social do conhecimento [i]

Por

Jacob (J.) Lumier

Há relutância por parte de pensadores influentes do Século Vinte em reconhecer o marco da sociologia para o exame do problema da alienação no legado do jovem Marx. Em contra de Habermas que pretende hegelianizar a leitura de Marx [ii], cabe sustentar que não há razão para cobrar a hipoteca do passado sobre a noção de trabalho alienado em Marx, muito menos subordiná-lo à Hegel.

Sem dúvida, há uma aplicação política da dialética das alienações que explica por que Marx estendeu o termo “ideologia” a todas as ciências humanas, às ciências sociais (incluindo a economia política e a história, desde que não sejam penetradas pelo marxismo) e, posteriormente, a todas as obras de civilização. É exatamente a aspiração à libertação total de certos aspectos da alienação que explica isso.

Há ambigüidade do termo “alienação” ocultando a confusão entre o realismo sociológico e o utopismo.

O exame do problema sociológico da ideologia sofre o efeito da aspiração de Marx à libertação total da alienação: “na sociedade futura, o desaparecimento das classes deveria conduzir a uma situação em que todo o conhecimento científico e filosófico seria liberto das suas relações com os quadros sociais: o seu coeficiente social seria eliminado”, configurando uma concepção de “verdade completa, total, absoluta” que se afirma fora de qualquer quadro de referência [iii].

Orientação essa que reencontra o “paradoxo da verdade absoluta ocultando-se sob a ideologia da classe proletária” que dela se serve para se constituir a fim de fazer triunfar essa verdade na história transformada em teodicéia. É o utopismo como filosofia da história hegeliana revirando-se contra a análise sociológica.

Em realidade a ligação entre ideologia e alienação não é uma ligação necessária. Devemos ter em conta que este problema se soluciona desde o ponto de vista da ultrapassagem do dualismo das ciências naturais e das ciências humanas, ultrapassagem que não deve ser procurada na absorção das ciências humanas pelas ciências naturais, mas na constatação de que qualquer ciência é uma atividade social prática e, portanto, comporta um coeficiente humano, notando que é este o posicionamento e a formulação de Marx nas célebres “Teses sobre Feuerbach”.

Em decorrência, constata-se que a ideologia não passa de um gênero particular do conhecimento: o conhecimento político que se afirma em todas as estruturas e em todos os regimes, mas cuja importância e cujo papel variam.

Sem dúvida, indispensável para superar a sombra de Hegel, os resquícios de teodicéia e hegelianismo na sociologia, o exame do problema sociológico da ideologia em Marx resta inconcluso caso não se leve em conta a aspiração à libertação total da alienação, como superação de todas as ideologias.

Com efeito, a consciência alienada tem vários aspectos que Marx estuda na dialética das alienações que nada tem em comum com a de Hegel. Neste pensador, como já o notamos, a dialética é primeiro que tudo Deus; em seguida, é as suas emanações: o espírito e a consciência, que se alienam (perda de si) no mundo para retornarem a Deus [iv] .

Já em Marx, qualquer movimento dialético está ligado em primeiro lugar à praxis social. Ademais, como se sabe, Marx insistiu contra Hegel, “e com razão”, no fato de que a objetivação, sem a qual as sociedades e as civilizações não poderiam subsistir, de modo algum devia confundir-se com a perda de si.

Vale dizer, o “jovem” Marx distingue a alienação nos seguintes aspectos: a objetivação; a perda de si; a medida da autonomia do social; a exteriorização do social mais ou menos cristalizada; a medida da perda de realidade ou desrealização - de que dependem em particular as ideologias como manifestações da consciência mistificada; a projeção da sociedade e dos seus membros para fora de si próprios e a sua dissolução nessa projeção ou perda de si.

É certo que as aplicações exclusivamente sociológicas dessas distinções relativas ao conceito de alienação nem sempre se diferenciem das suas aplicações em sentido político - ligadas que são em Marx à aspiração à libertação total de certos aspectos da alienação.

Nada obstante, a dialética entre os diferentes sentidos do termo alienação possuem um sentido sociológico muito preciso: Trata-se dos graus de cristalização, de estruturação e de organização da vida social, que podem entrar em conflito com os elementos espontâneos desta”, resultando, pelo concurso de ideologias falazes, na ameaça de dominação e sujeição que pesa sobre as coletividades e os indivíduos.

É assim em referência aos critérios sociológicos que Marx estuda a dialética das alienações na sua análise do regime capitalista, em que, como já foi assinalado, o trabalho é alienado em mercadorias; o indivíduo alienado a sua classe; as relações sociais alienadas ao dinheiro, etc. [v].

Como se sabe, Marx tira proveito da ambigüidade do termo “alienação” para ocultar a luta travada no seu pensamento entre o realismo sociológico e o utopismo que na sua obra “A Ideologia Alemã” leva ao predomínio da sociologia [vi].

Nada obstante, a aspiração à libertação total da alienação como superação de todas as ideologias cobra seu valor de tal sorte que, para-além de uma aspiração, a ideologia proletária pode confundir-se à teoria marxista.

Portanto, projetada para a sociedade futura onde o desaparecimento das classes deveria conduzir a uma situação em que todo o conhecimento científico e filosófico seria liberto das suas relações com os quadros sociais, trata-se de uma teoria filosófica, sociológica e econômica, possuidora de uma validade universal exatamente porque ultrapassa todas as ideologias, no sentido extensivo do termo [vii].

Em suma, a ideologia proletária é afirmada como um conhecimento liberto das suas relações com os quadros sociais.

Vale dizer, Marx configura uma concepção de verdade completa, total, absoluta, que se afirma fora de qualquer quadro de referência. A ideologia proletária não é somente “desalienada”: é um poderoso estimulante da desalienação.

Há, pois, um paradoxo da verdade absoluta ocultando-se sob a ideologia de que se serve a classe proletária para se constituir, a fim de fazer triunfar essa verdade na história transformada em teodicéia.

Configura-se então um mistério: é a filosofia da história vingando-se da análise sociológica. A saída para isto exige que os sociólogos deixem de considerar como necessária a ligação entre ideologia e alienação, no caso a idéia de que é imperioso libertar o saber de suas amarras sociais, como diria Karl Mannheim [viii], mediante a busca da ideologia desalienadora.

Mesmo como tendência para a consciência mistificada [ix], a ideologia pode ser estudada como aspecto do conhecimento político, que é um gênero cognitivo observado em todas as estruturas e em todos os regimes[x], cuja importância e papel passam por variações. Desta forma se favorece o aproveitamento da sociologia do conhecimento de Marx, como estudo dialético das relações com os quadros sociais.

***

Etiquetas:

Conhecimento, capitalismo, economia política, alienação, ideologia, consciência mistificada, política, crítica, história, relações humanas, sociologia, século vinte.

***

[xi]



[i] Texto com novo título extraído do ensaio "A Utopia do Saber Desencarnado: Artigos de Sociologia do Conhecimento", por Jacob (J.) Lumier, acessível na Web issuu http://issuu.com/carlusmagn/docs/mannheim

[ii] Ver: Habermas, Jürgen: “Théorie et Pratique-vol.2”, tradução e prefácio: Gérard Raulet, Paris, Payot, 1975, 238 pp. /1ªedição em Alemão, 1963. Cf.págs.. 208 a 211.

[iii] Gurvitch, Georges: “A Vocação Actual da Sociologia –vol.II: antecedentes e perspectivas”, tradução da 3ªedição francesa de 1968 por Orlando Daniel, Lisboa, Cosmos, 1986, 567 pp. (1ªedição em francês: Paris, PUF, 1957).

[iv] Gurvitch, Georges (1894-1965): “Dialectique et Sociologie”, Flammarion, Paris 1962, 312 pp., Col. Science.

[v] Gurvitch, Georges: “A Vocação Actual da Sociologia –vol.II, op.cit. pág. 279.

[vi] Ibidem, pág. 290.

[vii] Ibidem, pág. 322.

[viii] Mannheim, Karl: « Ideologia e Utopia: uma introdução à sociologia do conhecimento », tradução Sérgio Santeiro, revisão César Guimarães, Rio de Janeiro, Zahar editor, 2ªedição, 1972, 330 pp. (1ªedição em Alemão, Bonn, F.Cohen, 1929; 2ªedição remodelada em Inglês, 1936).

[ix] Ver sobre a consciência mistificada em outro capítulo deste livro.

[x] Inclusive nas sociedades inteiramente penetras pelo mito, como o são as sociedades arcaicas.

sábado, 16 de abril de 2011

O provável fim da lei de Moore sinaliza quebra de paradigmas na indústria eletrônica


Observatório da Imprensa - Código Aberto - Carlos Castilho: "- Enviado mediante la barra Google"

"O provável fim da lei de Moore sinaliza quebra de paradigmas na indústria eletrônica"
Postado por Carlos Castilho em 15/4/2011 às 13:51:55
Reproduzido aqui por Jacob (J.) Lumier


A polêmica sobre o fim de um dos mais badalados princípios marqueteiros da indústria de computadores parece indicar uma reviravolta na forma como os pesquisadores, executivos e usuários veem os desdobramentos futuros da internet e da web.

A lei de Moore previa que a cada 18 meses seria possível duplicar a capacidade de processamento dos chips de computadores sem alterar drasticamente os custos de produção e o seu tamanho físico. Durante 46 anos, a lei — que na verdade era um prognóstico — foi adotada como paradigma pelos fabricantes de computadores e microprocessadores.

Mas como os chips foram ficando cada vez menores, as previsões são de que sua capacidade tende a se estabilizar por falta de espaço físico. Hoje o chip de um computador médio chega a ter mais de 200 mil transistores de silício, e cada transistor pode ter uma espessura média de 32 nanômetros, ou 32 milionésimos de milímetro.

O debate sobre a lei de Moore indica que provavelmente estaremos entrando numa era onde os softwares (os aplicativos que rodam em dispositivos eletrônicos) ganharão um protagonismo muito maior do que o hardware (os equipamentos que operacionalizam os softwares). E isso pode assinalar uma mudança inédita na chamada economia digital.

A impossibilidade física de continuar enfiando cada vez mais transistores num mesmo chip faz com que a indústria do hardware possa bater no teto e ficar impedida de crescer enquanto não se descobre um substituto para o silício, o mineral que está no coração dos microprocessadores.

A discussão atual ora vai para o pessimismo total, quando alguns pesquisadores preveem que toda a bilionária indústria dos microprocessadores acabará enferrujada, ora para o otimismo cauteloso, como o expressado por porta-vozes da Intel e AMD, que apostam na sobrevida dos chips movidos a silício por pelo menos mais 30 anos.

O maior protagonismo do software pode ser relevante porque ele acentuaria as características econômicas e sociais da chamada economia da informação em rede, cujos parâmetros são diferentes da economia industrial, de produção em série, que orienta a confecção dos chips em mega empresas como Intel e AMD.

Isso não significa que a indústria dos processadores entrará em colapso. Ela apenas deixará de ser tão protagônica como é hoje, por conta de sua influência no marketing de novos equipamentos eletrônicos. Todo mundo sempre quer o processador mais moderno, só que estes processadores não serão tão revolucionários como são hoje, quando a inovação está mais por conta do marketing dos fabricantes do que pelos benefícios reais usufruídos pelos usuários dos novos chips de computadores existentes no mercado.

O fato de o hardware ceder boa parte do seu espaço atual para o software marca um processo de natural de transição de um modelo para outro. De um modelo baseado mais na reprodução em massa de um bem para outro onde a prestação de serviços passa a ser o mais importante. Os programas de computação permitirão expandir a utilização dos microprocessadores ao viabilizar novas aplicações respeitando os limites físicos impostos pela atual tecnologia baseada no silício.

A inovação permanente, que é um apanágio tanto das indústrias de hardware como nas de software, será complementada pela corrida em direção à personalização e customização dos programas para computadores.

Quem conseguir oferecer o produto certo, para a pessoa certa, na hora certa e pelo preço adequado conseguirá sobreviver no mercado, que será ainda mais competitivo porque o número de criadores de softwares tende a crescer na medida em que o desenvolvimento de um programa para computadores exige muitíssimo menos capital inicial do que para montar uma fábrica de processadores.

Veja o artigo na Web do Observatório da Imprensa teclando aqui

viernes, 8 de abril de 2011

Elogio de La Lectura (fragmentos de Vargas Llosa)

(…) Algunas veces me pregunté si en países como el mío, con escasos lectores y tantos pobres, analfabetos e injusticias, donde la cultura era privilegio de tan pocos, escribir no era un lujo solipsista. Pero estas dudas nunca asfixiaron mi vocación y seguí siempre escribiendo, incluso en aquellos períodos en que los trabajos alimenticios absorbían casi todo mi tiempo. Creo que hice lo justo, pues, si para que la literatura florezca en una sociedad fuera requisito alcanzar primero la alta cultura, la libertad, la prosperidad y la justicia, ella no hubiera existido nunca. Por el contrario, gracias a la literatura, a las conciencias que formó, a los deseos y anhelos que inspiró, al desencanto de lo real con que volvemos del viaje a una bella fantasía, la civilización es ahora menos cruel que cuando los contadores de cuentos comenzaron a humanizar la vida con sus fábulas. Seríamos peores de lo que somos sin los buenos libros que leímos, más conformistas, menos inquietos e insumisos y el espíritu crítico, motor del progreso, ni siquiera existiría. Igual que escribir, leer es protestar contra las insuficiencias de la vida. Quien busca en la ficción lo que no tiene, dice, sin necesidad de decirlo, ni siquiera saberlo, que la vida tal como es no nos basta para colmar nuestra sed de absoluto, fundamento de la condición humana, y que debería ser mejor. Inventamos las ficciones para poder vivir de alguna manera las muchas vidas que quisiéramos tener cuando apenas disponemos de una sola.

Sin las ficciones seríamos menos conscientes de la importancia de la libertad para que la vida sea vivible y del infierno en que se convierte cuando es conculcada por un tirano, una ideología o una religión. Quienes dudan de que la literatura, además de sumirnos en el sueño de la belleza y la felicidad, nos alerta contra toda forma de opresión, pregúntense por qué todos los regímenes empeñados en controlar la conducta de los ciudadanos de la cuna a la tumba, la temen tanto que establecen sistemas de censura para reprimirla y vigilan con tanta suspicacia a los escritores independientes. Lo hacen porque saben el riesgo que corren dejando que la imaginación discurra por los libros, lo sediciosas que se vuelven las ficciones cuando el lector coteja la libertad que las hace posibles y que en ellas se ejerce, con el oscurantismo y el miedo que lo acechan en el mundo real. Lo quieran o no, lo sepan o no, los fabuladores, al inventar historias, propagan la insatisfacción, mostrando que el mundo está mal hecho, que la vida de la fantasía es más rica que la de la rutina cotidiana. Esa comprobación, si echa raíces en la sensibilidad y la conciencia, vuelve a los ciudadanos más difíciles de manipular, de aceptar las mentiras de quienes quisieran hacerles creer que, entre barrotes, inquisidores y carceleros viven más seguros y mejor.

La buena literatura tiende puentes entre gentes distintas y, haciéndonos gozar, sufrir o sorprendernos, nos une por debajo de las lenguas, creencias, usos, costumbres y prejuicios que nos separan. Cuando la gran ballena blanca sepulta al capitán Ahab en el mar, se encoge el corazón de los lectores idénticamente en Tokio, Lima o Tombuctú. Cuando Emma Bovary se traga el arsénico, Anna Karenina se arroja al tren y Julián Sorel sube al patíbulo, y cuando, en El Sur, el urbano doctor Juan Dahlmann sale de aquella pulpería de la pampa a enfrentarse al cuchillo de un matón, o advertimos que todos los pobladores de Comala, el pueblo de Pedro Páramo, están muertos, el estremecimiento es semejante en el lector que adora a Buda, Confucio, Cristo, Alá o es un agnóstico, vista saco y corbata, chilaba, kimono o bombachas. La literatura crea una fraternidad dentro de la diversidad humana y eclipsa las fronteras que erigen entre hombres y mujeres la ignorancia, las ideologías, las religiones, los idiomas y la estupidez.

(…)

Ler mais em La Factoría

Leia mais sobre a atividade do escritor

domingo, 27 de febrero de 2011

La agricultura campesina puede alimentar al mundo!


¡Enterremos el sistema alimentario industrial! ¡La agricultura campesina puede alimentar al mundo!

17 de abril: Día Internacional de la Lucha Campesina

La agricultura industrial dominante ha fracasado. Las promesas de la Cumbre Mundial sobre la Alimentación de 1996, reflejadas en el objetivo de desarrollo del milenio de reducir el hambre para 2015, no van a cumplirse.



En la actualidad el hambre y la inseguridad alimentaria están aumentando. Unos mil millones de personas padecen hambre, otros mil millones sufren desnutrición—carencia de importantes vitaminas y minerales—y sin embargo otros mil millones están sobrealimentados. ¡Un sistema alimentario global = 3 mil millones de víctimas!

Las políticas alimentarias puestas en práctica durante los últimos 20 años han perjudicado enormemente a la agricultura campesina, que sin embargo sigue alimentando a más del 70% de la población mundial.

La tierra, las semillas y el agua se han privatizado y se han cedido a la agroindustria. Esto ha forzado a los miembros de las comunidades rurales a emigrar a las ciudades, dejando atrás tierras fértiles, que son explotadas por multinacionales para producir agrocombustibles, biomasa o alimentos destinados a los consumidores de los países ricos.

Las políticas neoliberales se basan en la asunción de que la mano invisible del mercado repartirá el pastel de forma eficaz y justa. Y en Davos este año, los gobiernos del mundo hablaron de concluir la Ronda de Doha de la OMC en julio de 2011, precisamente para evitar al mundo futuras crisis alimentarias recurrentes. En realidad la actual crisis alimentaria, endémica, muestra que una mayor liberalización de los mercados no ayuda a alimentar al mundo, sino que acrecienta el hambre y expulsa a los campesinos de las tierras, de modo que los gobiernos se equivocan.

Lo que ha ocurrido es que los alimentos han entrado de forma masiva en mercados especulativos, sobre todo desde 2007. En dichos mercados los productos alimentarios son mercancías en las que los inversores pueden de pronto depositar o retirar miles de millones, inflando burbujas que después revientan, diseminando miseria. Los precios de los alimentos son altos, están fuera del alcance de los consumidores pobres, pero a los pequeños productores se les pagan precios bajos, haciéndolos cada vez más pobres. Los grandes comerciantes, los supermercados y los especuladores continúan engrosando sus beneficios a costa del hambre de otros.

Ha llegado el momento de cambiar radicalmente el sistema alimentario industrial. La Vía Campesina, movimiento que representa a más de 200 millones de pequeños productores en todo el mundo - hombres y mujeres - propone la soberanía alimentaria como una forma eficaz y justa de producción y distribución de los alimentos en todas las comunidades, todas las provincias, todos los países.

Poner en práctica la soberanía alimentaria significa defender la agricultura a pequeña escala, la agroecología y la producción local en todo el globo cuando es posible. Requiere que los gobiernos apoyen este nuevo paradigma dando a los campesinos acceso a la tierra, al agua, a las semillas, a créditos y a la educación, protegiéndolos de importaciones baratas, creando stocks públicos o propiedad de los campesinos y gestionando la producción.

La soberanía alimentaria supondría dar una forma de sustento a miles de millones de personas y reduciría la pobreza, que es en su mayor parte un fenómeno rural. En la actualidad, de los mil cuatrocientos millones de personas que viven en condiciones de pobreza extrema en los países en desarrollo, el 75 por ciento viven y trabajan en zonas rurales.

La producción local de los alimentos y la venta directa de los productores a los consumidores garantiza que los alimentos permanezcan al margen del juego capitalista del monopolio. Así están menos sometidos a la especulación. Además, la agricultura sostenible permite la regeneración del suelo y del medio ambiente, preservando la biodiversidad y la salud humana. Se adapta mejor al cambio climático y ayuda a frenar el calentamiento global.

Esto es lo que defenderá La Vía Campesina durante las reuniones del Banco Mundial-FMI en abril y la cumbre del G20 sobre agricultura en junio, y del Comité de Seguridad Alimentaria Mundial en octubre, y de la cumbre de la OMC en diciembre de 2011.

¡Únase a nuestro Día Global de Acción!

El día 17 de abril es un día especial. Gente en todo el globo celebra la lucha de los campesinos y de los pueblos rurales para sobrevivir y continuar alimentando al mundo. Este día conmemora la muerte de 19 agricultores en Brasil, asesinados debido a su lucha por la tierra y la dignidad.

Cada año tienen lugar más de cien acciones y eventos en todo el mundo para defender un nuevo sistema alimentario basado en la soberanía alimentaria, la justicia y la igualdad.

Dondequiera que esté usted, sea quien sea, está invitado a unirse a la celebración: organice una acción, un mercado de pequeños productores, la proyección de un film, una exposición fotográfica, una charla, una fiesta, una emisión especial de radio o televisión, etc.

Infórmenos por adelantado de lo que va a organizar, envíenos pósters, vídeos, fotos, artículos. Los publicaremos en www.viacampesina.org

Para suscribirse a nuestra lista especial de correo, envíe un mensaje en blanco a la siguiente dirección: via.17april-subscribe@viacampesina.net

Puede leer nuestra nueva publicación:”La agricultura campesina y familiar sostenible puede alimentar al mundo”

lunes, 21 de febrero de 2011

A Moral do Artista

Este ensaio tem orientação sociológica e visa contribuir para a revalorização da literatura e arte de avant-garde do século vinte, tomando como inspiração a abordagem estética desenvolvida por Samuel Beckett em seu opúsculo "Proust". O sociólogo Lucien Goldmann assinala que a crise da objetividade literária verificada com o esgotamento do romance realista do século XIX se reflete nos escritores de avant-garde, que exprimiriam não os valores realizados ou realizáveis, mas a impossibilidade em formular ou perceber valores aceitáveis em nome dos quais pudessem dar figura poética a uma crítica da sociedade. O tema da ausência estaria na base do romance.

Sumário

A interconexão metapsicológica 11
O sujeito da expressão involuntária 13
O esnobismo proustiano como complexo 14
Para-além do freudismo 16
Centralidade do tema da desilusão 21
A forma de percepção artística 23
A moral do artista como princípio estético
Ou a necessidade de arte 27
O monólogo em "Le Temps Retrouvé" 30
Desatenção e encantamento 33
A ação sublime 37
O leitmotiv proustiano 40
A escavação poética 43
O sonho poético do Paraíso Perdido 46
O caráter fictício da alma total 52
Sentimento e Individuação 56
A Multiplicidade Plástica 58
O Tormento Recíproco 62
Amor e Sofrimento 65
O Calvário Invertido 69
O Éxtasis Artístico 73
O Modelo da Duplicação 76
O Efetivismo de Proust 79
A obra de arte como preexistente ao artista. 80
O objeto desprovido de causalidade 84
Figura trágica e voz moral 89
O tema literário do tédio 92
O Hábito Conversador como Obstáculo 94
A intuição literária constringida 97
O desejo de exibir-se 101
O prosaísmo 105
A primeira pessoa 106
Diletantismo 108
O Folhetim 111
Personalidade e Irracionalidade 114
A virtuosa fealdade 118
Notas complementares 121
Nota sobre "Vontade de Finalidade" 121
Nota sobre o episódio da "madeleine" 123
Nota sobre Proust e os Românticos 127
Nota sobre a Voz Moral em Proust 128
Nota sobre as edições das obras de Proust 129
Nota sobre o tipo de relações dos Salões proustianos 130




jueves, 17 de febrero de 2011

Dialética e Consciência Coletiva

Dialética e Consciência Coletiva

Jacob (J.) Lumier


Apresentação:

Não há negar que o estudo da teoria sociológica não tem mais como preservar-se abstrato na era das técnicas de comunicação e informação. A idéia de Max Weber (1864 – 1920) voltada para pôr em obra uma metodologia das ciências sociais levando em conta unicamente as fontes documentais clássicas de história das civilizações, como os relatos de época e a pesquisa historiográfica, padece de anacronismo diante do impressionante desenvolvimento das técnicas de comunicação, quando em um abrir e fechar de olhos passamos pelos diferentes tempos e escalas de tempos inerentes às civilizações, nações, tipos de sociedades e grupos variados.

Isto não significa que a teoria sociológica tenha seu alcance diminuído. Pelo contrário, novos caminhos surgem no horizonte, e se os sociólogos mais formais como Weber concederam pouco mais que um olhar abstrato aos níveis culturais da realidade social, deixando escapar a experiência concreta dos símbolos sociais em ligação às mentalidades coletivas, hoje em dia o sociólogo já não mais pode dar-se a tal luxo.

A era das técnicas de informação faz ver que os problemas sociológicos não mais serão alcançados sem levar em conta o fato básico de que não há comunicação social fora do psiquismo coletivo.

Quanto mais tais técnicas se afirmam maior é o peso do psiquismo coletivo como problema sociológico. Isto sem falar das tendências para a tecnificação do saber com seus esquemas prévios disseminando a estandardização sobre a consciência coletiva e os níveis culturais da realidade social.

Desta forma, revela-se indispensável o estudo da dialética sociológica, em especial a aplicação da mirada diferencial ao problema da inserção da psicologia coletiva no âmbito da sociologia, para pôr em relevo a variabilidade e o pluralismo social efetivo.

Nosso ponto de partida é o fim da competição entre psicologia e sociologia, já que as duas disciplinas vão buscar uma à outra os seus conceitos e a sua terminologia, incluindo as noções de expectativa, símbolo, mentalidade, atitude, papel social, ação, etc.

Da mesma maneira, já foi proclamado o fim da oposição entre a psicologia coletiva e a psicologia individual, tendo sido afirmada a idéia de que o social penetra no psicopatológico e que essa penetração do social é um fato conseqüente não só para a psicologia patológica, mas igualmente para a psicologia fisiológica .

Quanto ao mais, cabe advertir que, examinando unicamente tal problema da inserção da psicologia coletiva na sociologia, esta obra monográfica é uma coletânea de artigos, portanto não está isenta de repetições.

****

Categorias: comunicação social, dialética, sociologia, psicologia, psiquismo, mentalidade, estratificação, estrutura, consciência, sociabilidade.

Rio de Janeiro, Julho / Novembro de 2010

Jacob (J.) Lumier

Websitio Produção Leituras do Século XX – PLSV: Literatura Digital

http://www.leiturasjlumierautor.pro.br