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lunes, 24 de octubre de 2011
Pour une lecture de Occupy Wall Street du point de vue de l'histoire sociale.
Pour une lecture de Occupy Wall Street du point de vue de l'histoire sociale. Points saillants de l'article de Norman Birnbaum "“¿Una revuelta o un movimiento social? publicado em El Pais- (16/10/2011-ELPAIS.com>Edición impresa>Opinión ).
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...La Edad Media europea estuvo llena de revueltas campesinas y disturbios urbanos. Los franceses llamaban a la agitación en el campo jacqueries, por su protagonista simbólico, el imperturbable campesino Jacques, que se veía abocado a la violencia por las exacciones de la nobleza.
...A primera vista, pareció que todos estos movimientos habían fracasado. Para que hubiera representación política y un mínimo de justicia distributiva hubo que esperar a la aparición del concepto de ciudadanía.
...A su vez, las nuevas capas sociales (pequeños agricultores independientes, prósperos comerciantes urbanos y fabricantes) utilizaron los Parlamentos para controlar la arrogancia real. Las jacqueries se convirtieron en un recuerdo del pasado en manos de los historiadores. La industrialización acabó engendrando un proletariado mucho más amplio y con posibilidades de ser más peligroso incluso que los más desesperados de los pobres en las ciudades medievales.
...Tal vez los que ocupan una mínima parte de Wall Street (y sus colegas de otras ciudades de Estados Unidos) han tocado fibras sensibles de la memoria ... Desde luego, han abierto una brecha en las teorías irrefutables de que en Estados Unidos existe un consenso fundamental sobre que el capitalismo es la única vía al paraíso.
... ¿Qué capacidad de influir a largo plazo tiene el grupo amorfo que ocupa en estos momentos un pequeño rincón del distrito financiero de Nueva York, con el riesgo constante de sufrir la agresión de una policía brutalizada? El grupo que inició la ocupación está formado por personas que trabajan en el sector de las artes y la cultura. Se formó, en un principio, para crear y defender los derechos de los artistas en materia de contratos, empleo, seguros médicos y vivienda. Lo que les empujó a una acción colectiva fue la búsqueda de la seguridad individual. Utilizo el término "artista" pero, en realidad, el grupo incluye también a personas que trabajan en las nuevas tecnologías. Si la afinidad entre creatividad artística y protesta social, que comenzó hace dos siglos, se extiende ahora a los innovadores en las comunicaciones electrónicas, eso debe hacernos reflexionar. Al grupo se unieron enseguida estudiantes, desempleados de todas clases, miembros de sindicatos (que aún tienen una gran presencia en Nueva York) y personas llegadas desde el interior.
...Uno de los recursos más valiosos de los movimientos sociales es la memoria. La memoria social no es una investigación histórica minuciosa. Es una destilación moral del pasado. Muchos de los comentarios entusiastas sobre las manifestaciones hacen referencias a Estados Unidos durante el New Deal y las décadas posteriores, cuando la economía estaba regulada, la
tercera parte de la fuerza laboral pertenecía a sindicatos y las expectativas, tanto individuales como colectivas, no dejaban de crecer.
...De lo intensos que sean esos recuerdos puede depender la suerte de las protestas. Pueden convertirse en una jacquerie moderna. O, tal vez, puedan renovar la persistente y profunda tradición de protesta en Estados Unidos y marcar el inicio de una nueva etapa en la política.
…Como es natural, los medios de comunicación, como por instinto, han dicho que los manifestantes son desechos sociales o jóvenes sin educar. Su desprecio recuerda a la reacción de las clases dirigentes ante las primeras protestas contra la guerra de Vietnam. Si no lo hubieran mostrado, habría sido prueba de que Estados Unidos está de verdad en el umbral de una revolución.
No es así, ni mucho menos. Es más, pese a su tendencia a actuar como si fuera el presentador de un programa de variedades, el presidente puede atribuirse en parte el mérito de la protesta. Al alterar por completo su retórica en las últimas semanas, al empezar a reconocer la división de clases, ha empujado a quienes criticaban su frustrada reconciliación con los republicanos a emprender sus propias iniciativas. Ahora tendrá que aceptar que insistan en que siga él también la lógica de ese nuevo rumbo.
http://www.elpais.com/articulo/opinion/revuelta/movimiento/social/elpepiopi/20111016elpepiopi_4/Tes
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Jacob (J.) Lumier
Autor de Ensaios Sociológicos
miércoles, 21 de septiembre de 2011
miércoles, 20 de abril de 2011
A Ideologia e o Coeficiente humano e social do conhecimento
A Ideologia e o Coeficiente humano e social do conhecimento [i]
Por
Jacob (J.) Lumier
Há relutância por parte de pensadores influentes do Século Vinte em reconhecer o marco da sociologia para o exame do problema da alienação no legado do jovem Marx. Em contra de Habermas que pretende hegelianizar a leitura de Marx [ii], cabe sustentar que não há razão para cobrar a hipoteca do passado sobre a noção de trabalho alienado em Marx, muito menos subordiná-lo à Hegel.
Sem dúvida, há uma aplicação política da dialética das alienações que explica por que Marx estendeu o termo “ideologia” a todas as ciências humanas, às ciências sociais (incluindo a economia política e a história, desde que não sejam penetradas pelo marxismo) e, posteriormente, a todas as obras de civilização. É exatamente a aspiração à libertação total de certos aspectos da alienação que explica isso.
Há ambigüidade do termo “alienação” ocultando a confusão entre o realismo sociológico e o utopismo.
O exame do problema sociológico da ideologia sofre o efeito da aspiração de Marx à libertação total da alienação: “na sociedade futura, o desaparecimento das classes deveria conduzir a uma situação em que todo o conhecimento científico e filosófico seria liberto das suas relações com os quadros sociais: o seu coeficiente social seria eliminado”, configurando uma concepção de “verdade completa, total, absoluta” que se afirma fora de qualquer quadro de referência [iii].
Orientação essa que reencontra o “paradoxo da verdade absoluta ocultando-se sob a ideologia da classe proletária” que dela se serve para se constituir a fim de fazer triunfar essa verdade na história transformada em teodicéia. É o utopismo como filosofia da história hegeliana revirando-se contra a análise sociológica.
Em realidade a ligação entre ideologia e alienação não é uma ligação necessária. Devemos ter em conta que este problema se soluciona desde o ponto de vista da ultrapassagem do dualismo das ciências naturais e das ciências humanas, ultrapassagem que não deve ser procurada na absorção das ciências humanas pelas ciências naturais, mas na constatação de que qualquer ciência é uma atividade social prática e, portanto, comporta um coeficiente humano, notando que é este o posicionamento e a formulação de Marx nas célebres “Teses sobre Feuerbach”.
Em decorrência, constata-se que a ideologia não passa de um gênero particular do conhecimento: o conhecimento político que se afirma em todas as estruturas e em todos os regimes, mas cuja importância e cujo papel variam.
Sem dúvida, indispensável para superar a sombra de Hegel, os resquícios de teodicéia e hegelianismo na sociologia, o exame do problema sociológico da ideologia em Marx resta inconcluso caso não se leve em conta a aspiração à libertação total da alienação, como superação de todas as ideologias.
Com efeito, a consciência alienada tem vários aspectos que Marx estuda na dialética das alienações que nada tem em comum com a de Hegel. Neste pensador, como já o notamos, a dialética é primeiro que tudo Deus; em seguida, é as suas emanações: o espírito e a consciência, que se alienam (perda de si) no mundo para retornarem a Deus [iv] .
Já em Marx, qualquer movimento dialético está ligado em primeiro lugar à praxis social. Ademais, como se sabe, Marx insistiu contra Hegel, “e com razão”, no fato de que a objetivação, sem a qual as sociedades e as civilizações não poderiam subsistir, de modo algum devia confundir-se com a perda de si.
Vale dizer, o “jovem” Marx distingue a alienação nos seguintes aspectos: a objetivação; a perda de si; a medida da autonomia do social; a exteriorização do social mais ou menos cristalizada; a medida da perda de realidade ou desrealização - de que dependem em particular as ideologias como manifestações da consciência mistificada; a projeção da sociedade e dos seus membros para fora de si próprios e a sua dissolução nessa projeção ou perda de si.
É certo que as aplicações exclusivamente sociológicas dessas distinções relativas ao conceito de alienação nem sempre se diferenciem das suas aplicações em sentido político - ligadas que são em Marx à aspiração à libertação total de certos aspectos da alienação.
Nada obstante, a dialética entre os diferentes sentidos do termo alienação possuem um sentido sociológico muito preciso: “Trata-se dos graus de cristalização, de estruturação e de organização da vida social, que podem entrar em conflito com os elementos espontâneos desta”, resultando, pelo concurso de ideologias falazes, na ameaça de dominação e sujeição que pesa sobre as coletividades e os indivíduos.
É assim em referência aos critérios sociológicos que Marx estuda a dialética das alienações na sua análise do regime capitalista, em que, como já foi assinalado, o trabalho é alienado em mercadorias; o indivíduo alienado a sua classe; as relações sociais alienadas ao dinheiro, etc. [v].
Como se sabe, Marx tira proveito da ambigüidade do termo “alienação” para ocultar a luta travada no seu pensamento entre o realismo sociológico e o utopismo que na sua obra “A Ideologia Alemã” leva ao predomínio da sociologia [vi].
Nada obstante, a aspiração à libertação total da alienação como superação de todas as ideologias cobra seu valor de tal sorte que, para-além de uma aspiração, a ideologia proletária pode confundir-se à teoria marxista.
Portanto, projetada para a sociedade futura onde o desaparecimento das classes deveria conduzir a uma situação em que todo o conhecimento científico e filosófico seria liberto das suas relações com os quadros sociais, trata-se de uma teoria filosófica, sociológica e econômica, possuidora de uma validade universal exatamente porque ultrapassa todas as ideologias, no sentido extensivo do termo [vii].
Em suma, a ideologia proletária é afirmada como um conhecimento liberto das suas relações com os quadros sociais.
Vale dizer, Marx configura uma concepção de verdade completa, total, absoluta, que se afirma fora de qualquer quadro de referência. A ideologia proletária não é somente “desalienada”: é um poderoso estimulante da desalienação.
Há, pois, um paradoxo da verdade absoluta ocultando-se sob a ideologia de que se serve a classe proletária para se constituir, a fim de fazer triunfar essa verdade na história transformada em teodicéia.
Configura-se então um mistério: é a filosofia da história vingando-se da análise sociológica. A saída para isto exige que os sociólogos deixem de considerar como necessária a ligação entre ideologia e alienação, no caso a idéia de que é imperioso libertar o saber de suas amarras sociais, como diria Karl Mannheim [viii], mediante a busca da ideologia desalienadora.
Mesmo como tendência para a consciência mistificada [ix], a ideologia pode ser estudada como aspecto do conhecimento político, que é um gênero cognitivo observado em todas as estruturas e em todos os regimes[x], cuja importância e papel passam por variações. Desta forma se favorece o aproveitamento da sociologia do conhecimento de Marx, como estudo dialético das relações com os quadros sociais.
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Etiquetas:
Conhecimento, capitalismo, economia política, alienação, ideologia, consciência mistificada, política, crítica, história, relações humanas, sociologia, século vinte.
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[i] Texto com novo título extraído do ensaio "A Utopia do Saber Desencarnado: Artigos de Sociologia do Conhecimento", por Jacob (J.) Lumier, acessível na Web issuu http://issuu.com/carlusmagn/docs/mannheim
[ii] Ver: Habermas, Jürgen: “Théorie et Pratique-vol.2”, tradução e prefácio: Gérard Raulet, Paris, Payot, 1975, 238 pp. /1ªedição em Alemão, 1963. Cf.págs..
[iii] Gurvitch, Georges: “A Vocação Actual da Sociologia –vol.II: antecedentes e perspectivas”, tradução da 3ªedição francesa de 1968 por Orlando Daniel, Lisboa, Cosmos, 1986, 567 pp. (1ªedição em francês: Paris, PUF, 1957).
[iv] Gurvitch, Georges (1894-1965): “Dialectique et Sociologie”, Flammarion, Paris 1962, 312 pp., Col. Science.
[v] Gurvitch, Georges: “A Vocação Actual da Sociologia –vol.II, op.cit. pág. 279.
[vi] Ibidem, pág. 290.
[vii] Ibidem, pág. 322.
[viii] Mannheim, Karl: « Ideologia e Utopia: uma introdução à sociologia do conhecimento », tradução Sérgio Santeiro, revisão César Guimarães, Rio de Janeiro, Zahar editor, 2ªedição, 1972, 330 pp. (1ªedição em Alemão, Bonn, F.Cohen, 1929; 2ªedição remodelada em Inglês, 1936).
[ix] Ver sobre a consciência mistificada em outro capítulo deste livro.
[x] Inclusive nas sociedades inteiramente penetras pelo mito, como o são as sociedades arcaicas.