Philosophie à
Réflexion Sur
Por
Jacob (J.) Lumier
Description
Cet ouvrage s’insère dans le débat de la pensée historique sur la lecture de Hegel que oppose Habermas à Kojévè. En contrariant le premier, J. Lumier admet qui la référence au théme de la fin de l'histoire ne diminue pas l'intérêt sociologique de la lecture kojévèana - orientation favorisée par Max Weber dans son analyse du problème critique culturel de la theodicée (y compris la transposition du conservatisme hégélien au vingtième siècle aboutissant à la croyance en un ordre nouveau en tant que création ex-nihilo).
J. Lumier utilise les enseignements d'Alexandre Kojévè, y examine le dualisme en décrivant le rôle de la théorie de la "Gestalt" et celui du concept de Mythe dans l'interprétation du Chapitre VII de
Dans cette description l'intérêt sociologique rejaillit ►sur l'approche qui humanise des sujets de la philosophie de Hegel (en laissant de côté la dialectique hegelienne) ►sur l'accentuation de la notion de Gestalt, placée dans le centre de la méthode phénoménologique ►sur l'exposition compréhensive et sur la notion d'esprit matérialisé (mythe) en y établissant un pont pour la philosophie esthétique-sociologique (la religion identifiée à l'Histoire de l'Art enlevé du monde social hellénique).
Jacob (J.) Lumier a élaboré cet essai en tant q’auteur sociologue en vue de collaborer pour les "Études Hégéliens” au sujet de l’Anthropologie.
Les Mots Clés: gestalt, anthropologie, désir, conscience, connaissance, histoire, mythe.
Catégories (tags): Sciences Humaines, Phénoménologie, l’Art, Philosophie, Hegel, Hégélianisme.
APRESENTAÇÃO
Esta obra visa antes de tudo ser prestante aos “Estudos Hegelianos” e orientar a leitura de “A Fenomenologia do Espírito”, ainda que nos mostre um estudo sobre a noção histórica do mito. Mais precisamente, nos mostra como a antropologia filosófica desemboca na filosofia estética. Sendo um autor sociólogo, não foi por acaso que me apliquei na reflexão sobre o dualismo para compor este ensaio sobre a leitura de Hegel baseado, sobretudo nos ensinamentos de Alexandre KOJÉVÈ, embora com aproveitamento dos esclarecimentos de Ernst BLOCH e de Ernst CASSIRER [i].
Sabe-se que o dualismo no pensamento histórico despertou o interesse de grandes sociólogos como Max WEBER, cujos estudos sobre a teodicéia repercutem a influência do hegelianismo. Podemos confirmar isto se, como veremos, tivermos em conta o seguinte: primeiro, que, por um lado, a compreensão do elemento simbólico do mito já está no Prefácio da “Fenomenologia do Espírito” numa formulação definindo a conexão entre a ciência e a consciência sensível,
De fato, tivera Max WEBER observado que o impacto da cultura afirmando os juízos de valor veste uma nova roupagem à teodicéia, cujo problema central deixa de ser o da existência do sofrimento e do mal para se concentrar no da imperfeição do mundo condenado ao pecado. Tivera ocorrido uma reação, um verdadeiro “processo moral” contra a cultura (incluindo nesta a história legislativa) difundida a partir do século XVIII, com os valores sendo alvos de acusação. A teodicéia aparece então para Max WEBER como a questão essencial das religiões monoteístas, estando na base das escatologias messiânicas, das representações relativas às recompensas e aos castigos na outra vida, sobretudo na base das teorias dualistas, em que se confrontam “bem e mal”, até o triunfo definitivo do bem em um tempo indeterminado. Será no marco desse dualismo que a ligação entre a teodicéia e a crença metafísica na mudança histórica como criação ex-nihilo, acima referida, é estudada por Max WEBER. E isto lhe aparecia desse modo em razão das dificuldades crescentes colocadas para a “teodicéia do sofrimento”. De fato, a sociologia observa como demasiado freqüente “o sofrimento individualmente imerecido”, pois, nas representações coletivas pesquisadas à época, não eram os homens “bons”, mas os “maus” que venciam - Max WEBER sublinha que isso acontecia mesmo quando a vitória era medida pelos padrões da camada dominante e não pela “moral dos escravos” (*).
A estrutura mental da teodicéia aparece a Max WEBER como o conjunto das respostas “racionalmente satisfatórias” para explicar a “incongruência entre o destino e o mérito”, de tal sorte que teríamos aí a configuração de uma “necessidade racional”; uma “exigência inerradicável” levando à “concepção metafísica de Deus e do Mundo” configurada na afirmação da crença na mudança histórica como criação ex-nihilo. Essa necessidade racional levando à concepção metafísica do mundo é o mito, é o que expressa a noção histórica do mito detectada
©2006/2008Jacob (J) Lumier
SUMÁRIO
Apresentação: - pág. 9
Índice dos Títulos: - pág. 15
Prefácio: - pág. 19
Primeira Parte:
Sob a teoria da Gestalt: - pág. 23
Segunda Parte:
A Fenomenologia do Mito: - pág. 71
Notas Complementares: - pág. 89
Bibliografia: - pág. 103
Cronologia: - pág. 107
Índice de Assuntos: - pág. 111
Sobre o Autor: - pág. 121
ÍNDICE DOS TÍTULOS
A Problemática feuerbachiana lança uma luz produtiva sobre a leitura da “Fenomenologia do Espírito” notando a abertura da razão totalista no sentido humanizador. - p.23.
A Crítica Dualista sugere que na “Fenomenologia do Espírito” há uma complementaridade e não há contradição entre os três Capítulos VI, VII e VIII, por necessidade mesma do tema, isto é, por exigência da exposição mesma ou da própria produção do conceito da ciência hegeliana, de tal sorte que esta última tem dois aspectos: o aspecto do espírito privado de forma concreta, ou noção abstrata do espírito, e o aspecto deste como se revelando ele mesmo a ele mesmo tal qual ele é, ou o conceito concreto do espírito. - p.33.
Segundo a Crítica Dualista, a “idéia-dogma" hegeliana de que a evolução teológica desemboca em uma antropologia universalista ou atéia não invalida a teoria da Gestalt, como teoria de análise do saber religioso. Pelo contrário, é através do estudo dessa teoria na própria “Fenomenologia do Espírito” (para-além do antiteismo e apesar dele) que se torna possível reabrir o caminho para a oposição da filosofia e da teologia. – p.43.
Segundo Alexandre Kojévè não se deve concluir da controvérsia “teístas/ateístas” que para Hegel há um Deus que se revela a ele mesmo pelas diferentes religiões e nas diferentes religiões que ele engendra nas consciências humanas no curso da História. Pelo contrário. Há que tomar as palavras “Religião” e “Realidade essencial absoluta” no sentido que lhes dá um “ateu” ¾ ou que lhes deu Feuerbach ¾ isto é, como Espírito humano que se revela a ele mesmo. - p.53.
Na Fenomenologia do Espírito, os temas religiosos se mostram revestidos pelo enfoque do Mito, da Antropologia inconsciente, simbólica, de que a evolução teológica seria o material. Em face deste enfoque do Mito, a questão a ser verificada e que está na base do vir a ser da Antropologia universalista é a da atitude existencial do indivíduo humano a respeito da Realidade essencial absoluta que ele considera como sendo outra coisa que não ele mesmo, ou seja, a atitude em que prevalece a consciência exterior. – p.57.
A Crítica está a nos dizer que, na fenomenologia de Hegel, a Religião nasce do dualismo, da separação entre o ideal e a realidade, entre a idéia que o homem se faz dele mesmo - seu Si (“Selbst”) – e sua vida consciente no mundo empírico — seu “Da-sein” (“ser-aí”, ser no mundo). Enquanto essa separação subsistir, haverá sempre tendência a projetar o ideal para fora do Mundo, quer dizer que haverá sempre Religião, teísmo, Teologia. - p.66.
Segundo a Crítica Dualista, a análise de Hegel nos coloca diante de diversas observações sobre as várias religiões “primitivas” ou que precederam logicamente (idealmente) ao cristianismo, notando o elemento do majestoso ou do sublime como caráter essencial que subsistirá em todas as religiões, ainda que esse elemento seja tornado inessencial. - p.75.
Podemos então notar que a análise hegeliana distingue uma “teoria” da insuficiência do deleite artístico que pode provocar apenas a alegria, mas não a superação do desejo, pois a satisfação só acontece se o desejo se orienta não para uma coisa dada, mas para um outro desejo (“o vazio ávido”). É o desejo de tal reconhecimento, é a ação que decorre de tal desejo que cria, realiza e revela um “Eu humano — não biológico”. – p.77
Para A. KOJÉVÈ a leitura hegeliana insistiria que o teísmo propriamente dito, como conteúdo divino da consciência, houvera morrido com o mundo pagão — e a arte com ele — de tal sorte que o cristianismo de Hegel é o vir a ser do ateísmo (*). – p.83.
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PREFÁCIO
Concluído no fundamental em 2001, este escrito pode ser lido como uma reflexão integrada no ‘novo’ impulso dos estudos sobre Hegel no século XX. Como se sabe, “
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[i] Contestamos o posicionamento de Habermas ao censurar Kojévè por supostamente situar a leitura de Hegel no âmbito exclusivamente filosófico (tema do fim da história). O ponto de vista de Max Weber pelo contrário acentua o interesse sociológico da leitura kojéveana. Ver HABERMAS, Jürgen: “Théorie et Pratique-vol.2”, tradução e prefácio: Gérard Raulet, Paris, Payot, 1975, 238 pp. (1ªedição em Alemão, 1963), pág. 166.
(*) WRIGTH MILLS, C. e GERTH, Hans - Organizadores : « Max Weber : Ensaios de Sociologia », tradução Waltensir Dutra, revisão Fernando Henrique Cardoso, 2ªedição, Rio de Janeiro, Zahar, 1971, 530 pp.(1ªedição em Inglês : Oxford University Press, 1946), pp. 318 sq, pp.409 sq.
(*) Ver adiante as “Notas Complementares”, especialmente a Nota 03.
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